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Folding Kayak - caiaque desmontável 5


Uma vez concluído o processo de esticamento do casco de lona, é preciso montar o deck. PAra tanto o caiaque é virado de boca para cima.

O material para o deck pode ser a mesma lona, ou algum outro tecido resistente. O ideal é que seja impermeável, para não deixar chuva ou ondas entrarem por ele. Não sofrerá abrasão como o tecido do casco. Eu utilizei um tecido de nylon com resina de pvc, desses que se utilizam em algumas mochilas. Utilizei uma gramatura 300. Existem em diversas cores, e podem ser facilmente encontrados nas lojas da região do Gasômetro/Braz. A largura é similar ao da lona de pvc e o comprimento pode ser igual ao da lona. 

A foto ilustra o início do procedimento de montagem. Prende-se um lado do tecido na lona de pvc com fita, lembrando de deixar uns 3 centímetros de sobra no meio do caiaque. Vamos chamar esse lado preso com fita de lado 1. Do outro lado (portanto lado 2)  recorta-se o tecido deixando uma sobra de 3 centímetros.  Uma vez recortado, essa sobra será colada na lona de pvc toda ao longo do caiaque. Para isso seguir o procedimento de colagem, ou seja, passasse cola nas duas superfícies a serem coladas, deixando secar por uns minutos. Passar umas 3 demãos de cada lado. Uma vez pronto, inicia-se o processo de juntar as superfícies do lado 2. Fazer com cuidado, eventualmente pedindo ajuda de mais alguém, pois uma a colagem é imediata, uma vez encostadas as superfícies com cola.



Uma vez terminado a colagem do deck sobre a lona do casco, no lado 2, passasse para a colagem do lado 1. O processo é similar, com uma única precaussão adicional: durante a colagem das duas superfícies, ir esticando o tecido de nylon sobre a estrutura de alumínio, para deixar o deck esticado.

Uma vez terminado a colagem o caiaque deverá parecer com a foto abaixo: um casulo completamente fechado com a estrutura dentro. 


Folding Kayak - Caiaque desmontável 4

Uma vez finalizado a fabricação da estrutura de alumínio do caiaque, o próximo passo é a confecção da "pele"que o vestirá. Num caiaque essa pele é composta de duas partes: o casco e o deck.
Em todo o processo de construção eu me guiei pelas dicas do site do Yostwerks, que é um clássico para a construção amadora de caiaque desmontáveis ou "skin on frame": http://www.yostwerks.com/

O material que utilizei no casco foi  lona de pvc, similar à que são utilizadas na construção de botes infláveis. Existem várias gramaturas (ou "espessuras"). Quanto maior mais robusta e mais pesada. Como queria construir algo leve e como se trata de um protótipo, comprei uma gramatura que já não me recordo mais qual foi. Mas foi comprada na Millonas (http://www.millonas.com.br/). nessa loja há uma grande variedade de lonas de pvc para escolher. Qualquer uma serve perfeitamente. A largura é padrão (também não me lembro mais exatamente, mas creio que 1,2m, que é mais que suficiente). O comprimento será em função do comprimento do caiaque (comprar uns 40cm maior que o comprimento do caique).

Uma vez adquirido a lona, é só jogar em cima da estrutura de alumínio, com o caiaque emborcado (como na foto abaixo) e recortar ao longo das bordas, deixando uma sobra de uns 10cm de cada lado. Essa sobra será utilizada no processo de "esticar" a lona sobre a estrutura.



O processo de esticamento é feito através de um "super cadarço" como se fosse um enorme sapato. O processo inicia-se fazendo fazendo os furos próxima à borda da lona, ao longo de todo os dois lados do caiaque. Fazer furos de 4 a 5 cm de distância, que podem ser feitos utilizando um alicate de fazer furo em couro. Após, utilizando uma linha tipo cordoné (de preferência que não estique e não afrouxe com o tempo), passe a linha zig-zagueando pelos furos, como se fosse o cadarço de um tenis. Fazer esse processo por trechos, pois fica mais fácil depois realizar ajustes de esticamento. A única foto que tirei desse processo, ilustra a idéia. Uma fez costurado, ir esticando a lona sobre a estrutura de alumínio e prendendo a linha. Essa linha ficará quase até o final do processo de fabricação do casco e deck.

Uma fez finalizado o processo de esticamento, deve-se cuidar dos ajustes da proa e popa. A essa altura a maior parte da lona está toda esticada e já dá para ver o "shape" do caiaque. No entanto, na proa e popa, há lona sobrando. Essa lona deverá ser recortada e colada, procurando sempre manter a lona esticada sobre a estrutura. Esse processo é um pouco chato e envolve as primeiras colagens da lona.

Para colagem, utilizar cola profissional de pvc para aplicação à frio, que pode ser encontrada na região do Gasômetro ou em lojas de produtos para sapateiro. Elas existem em bisnagas, potes pequenos e médios e latão. Comprar uns 4 a 5 potes pequenos, que são mais fáceis de manusear. Potes grandes muitas vezes se perdem, se se deixar de utilizá-los por longos períodos.

Lembrar que a lona de pvc é facilmente colável, e portanto erros de recorte pode ser facilmente sanados através de apliques de lona por cima. no site do Yostwerks, esse processo está bem explicado. Infelizmente não tirei foto para ilustrar como eu fiz.

Uma vez finalizado os ajustes na proa e popa, o próximo passo é colar o deck, que tratarei em um próximo post.


Folding Kayak - caiaque desmontável 3




A estrutura do caiaque é formada, fundamentalmente, por cavernas e por tubos, como ilustrado na figura. As cavernas são 4 seções transversais do projeto do caiaque, "tiradas" a distâncias escolhidas. São elas que darão o "shape" do caiaque.  Os desenhos assim obtidos são impressos em tamanho natural, em plotters de tamanho compatível, facilmente encontráveis em bureaux e impressão.

Para maximizar resistência/peso, escolhi como material para as cavernas o PEAD (polietileno de alta densidade). Uma vez transferidos os desenhos impressos nas chapas, recorta-se as cavernas utilizando uma serra tico-tico (dessas manuais) e furadeira de mesa.





A estrutura de alumínio é feita de tubos de 3/4" de duralumínio (liga de alumínio aeronáutico). Essa estrutura é desmontável como nas barracas de camping. Ela é composta por seções de 80cm de comprimento encaixáveis uma na outra. Os encaixes são feitos enxertos de tubos de 5/8" e 14 cm de comprimento (7 cm para cada lado). Desta maneira, uma vez desmontada, a estrutura tem uma altura de 87 cm. Em um próximo post espero esclarecer esse ponto.




A estrutura de alumínio é unida na popa e proa através de parafusos, como ilustrado na figura. 


Folding kayak - caiaque desmontável 2


Especificações e projeto

A definição da forma e dimensões do caiaque desmontável que será projetado e construído foi baseada na experiência anterior tanto de construção de caiaque e canoa, quanto nos milhares de quilômetros remados pelos rios do Brasil.

O caiaque tem de ser do tipo oceânico, com comprimento entre 4,8 e 5m, que considero suficiente para longas viagens. Como a velocidade máxima de deslocamento é proporcional ao comprimento da linha d'água, um comprimento acima dos 4,8m garante um limite acima dos 10km/h de velocidade máxima, o que é bastante razoável, já que dificilmente se consegue chegar a essa velocidade relativa à água, somente na força do braço.  Além disso, esse comprimento garante disponibilidade de bom volume para equipamentos.

Quanto à boca, quanto menor o arrasto na água e, portanto, mais eficiente será na remada. No entanto, a estabilidade primária fica comprometida. Portanto, boca é, principalmente, um compromisso entre eficiência de remada versus estabilidade. Como considero que a estabilidade é um item de conforto importante em longas viagens, escolhi uma boca que permitisse uma boa estabilidade, sem sacrificar muito a velocidade.

Com esses parâmetros principais especificados comprimento de 4,85m e boca de 0,65m. comecei o projeto do caiaque utilizando um software de projeto naval chamado Delftship  (www.delftship.net). A versão freeware  é mais do que suficiente para projetos de pequenas embarcações.
O resultado final é o caiaque LP48, cujos desenhos podem ser vistos abaixo.



Folding kayak - caiaque desmontável 1



Um grande problema que tenho enfrentado para realizar expedições, em rios ou mar, é como chegar aonde se quer e como sair depois, com um caiaque ou canoa canadense. O ponto de entrada e de saída tem de ter acesso por carro. Afinal, o barco está em cima dele. E, em geral, o ponto de entrada e saída estão distantes centenas de quilômetros! A logística é sempre uma parte importante a se resolver. Como fazer?

Vamos ver um exemplo. Há dois anos fiz o rio Piqueri, fronteira entre MS e MT, que atravessa o Pantanal. Uns 450km de remada. (Ainda preciso colocar esse relato aqui). A entrada foi próxima da cidade de Sonora, na BR 163, entre Campo Grande e Rondonópolis. A saída foi Porto Jofre, final da Transpantaneira.
De São Paulo a Sonora são 1.400km de carro. De Sonora até Porto Jofre, 1.200km ida e volta.
Ou seja, tem-se que ir de carro com a canoa na capota até Sonora, deixar a canoa na beira do rio e levar o carro até Porto Jofre e voltar (como?, de ônibus, alugando um carro...). No total serão 4.600km de carro, entre São Paulo e SãoPaulo !!!
Leva-se mais tempo indo e vindo do que remando. É chato? É.  Mas dá para fazer.

Seria muito melhor poder chegar de avião em Campo Grande, pegar um ônibus até Sonora, remar até Porto Jofre, pegar uma carona até Cuiabá e pegar um avião de volta para São Paulo. Muito melhor....! Mas... E a canoa?

Agora, se vc abrir o Google Earth, e começar a namorar os rios do norte do MT ou da Amazônia, logo irá desistir, pois em sua grande maioria, as distâncias e dificuldades de locomoção são tão grandes que inviabilizam levar a canoa ou caiaque. Ou então compra-se uma dos ribeirinhos locais, como fiz para descer o Jauaperi, em Roraima, e depois dá de presente para alguém, no final da remada.

Como dizia um amigo de remada, que pena que não existe canoa em pó.... De fato não existe, mas quase! Uma solução são as canoas e caiaques desmontáveis. Esse tipo construtivo é bem mais antigo que as canoas e caiaques de fibra, e remontam aos esquimós, tendo sido bastante utilizado nas grandes explorações do século XIX e início do século XX.

A ideia básica e ter uma estrutura leve e desmontável, sobre a qual se veste uma "pele" impermeável. Ou seja, o barco cabe dentro de uma mochila grande. Atualmente há muitas empresas que fabricam diversos modelos, a custos relativamente altos. Os clássicos são a Kepler, alemã, a Nautiraid, francesa, a Feathercraft, canadense, Pakboat, norte-americana, e a Ally, norueguesa,para citar alguns.

Devido aos elevado preço e altos custos de importação, além de do desafio que representa projetar e montar um barco desses, resolvi encarar essa empreitada.

Nos próximos posts pretendo relatar as etapas de projeto e construção de um caiaque desmontável.

Canoas da Guatemala

Recentemente viajei para a Guatemala. País pequeno mas multicolorido e multifacetado. Navegando pelo rio  Dulce em direção a Livingston passa-se por um canion maravilhoso. Ao longo de todo o trajeto é possível ver umas canoas utilizadas pelos locais sobretudo para pesca com rede. Têm formas bem elegantes e são feitas "de um pau só".
Tive a oportunidade de fotografar duas meninas que se aproximaram para vender artesanatos. Fiquei admirado com a agilidade, elegância e velocidade das meninas e seus barcos.
Repasso a seguir algumas fotos.








Construção de uma Canoa de Madeira - 2a parte - pronta !



Resinagem do casco

Uma vez finalizado o casco de madeira, com a superfície bem lisa, tanto interna quanto externamente,  passa-se à etapa de resinagem.

Utilizei tecido de fibra de vidro 300 g tanto internamente (uma camada interna e duas camadas externas). Após passar uma mão de resina epóxi na madeira, apliquei uma camada de tecido e três camadas de resina, por camada de tecido. Depois de bem seco, lixei todas as superfícies externa e interna. 

Quando o casco estiver pronto, vem a tapa de finalização: reforço das bordas, barra central, decks de proa e popa e bancos.

Finalização

Como reforço das bordas utilizei uma ripa de cedro pelo lado externo e outra pelo lado interno. Mas, pelo lado interno, coloquei espaçadores, para facilitar a saída de água. Todos esses reforços foram previamente resinados com epóxi e colados com uma cola composta por resina epóxi e pó de madeira de cedro.

Tanto a barra central quanto os decks de popa e proa foram feitas em cedro, com detalhe em caxeta e resinados com epóxi. A barra central foi parafusada com parafuso inox no reforço de borda interno. Os reforços de proa e popa foram colados com a cola epóxi descrito acima.

Os bancos também foram feitos de cedro e resinados com epóxi. Uma vez feito o quadro, uma malha de fitas de náilon foi acrescentada como banco. As pontas das fitas foram coladas e grampeadas na parte inferior do banco.  Depois de prontos os bancos, foram ajustados ao barco e suspensos (por meio de parafusos inox) aos reforços de borda internos.


 Acabamento final

Com todos os detalhes finalizados, faz-se um lixamento final com lixa fina (220 g) para posterior aplicação de verniz náutico para acabamento e proteção solar. Apliquei 4 mãos tanto por dentro como por fora. 




Agora é programar a primeira de uma série longa (espera-se !) de canoadas ....