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Cananeia - Guaraqueçaba - Superagui

Cananeia - Guaraqueçaba - Cananeia


Um bate e volta ao restaurante do Barbosa
 07 a 10 de Julho de 2005


O Complexo Estuarino-Lagunar do Lagamar compreende uma faixa de aproximadamente 510km de costa, indo do litoral Sul de São Paulo (região de Iguape/Cananeia) ao litoral Norte do estado do Paraná (região de Guaraqueçaba-Paranguá).

O Lagamar contém uma variedade de ecossistemas tais como mangues, rios, estuários, praias, costões rochosos, planícies litorâneas, montanhas, e a Mata Atlântica permeando tudo isto. 
Esta área abriga espécies ameaçadas de extinção tais como o papagaio de cabeça roxa, o mico-leão caiçara (Leontopithecus caissara), veado-mateiro, mono-carvoeiro, lontra e jacaré-de-papo-amarelo.

O Parque Estadual da Ilha do Cardoso, e o Parque Nacional do Superagui, ao sul do Complexo Lagamar, foram declarados Reserva da Biosfera pela Unesco.  A ilha do Superagui é na verdade artificial, já que o canal do Varadouro foi aberto em 1953.Toda esta riqueza de fauna e flora se estende, talvez de uma maneira ainda mais acentuada, ao ecossistema aquático. Centrado nos manguezais, a mistura de mar e rio propicia uma riquíssima vida aquática, sendo um dos maiores viveiros de peixes e crustáceos do Atlântico Sul.








A remada foi uma ida e volta entre Cananeia e Guarequeçaba. Mas também é possível partir de Ariri, no Canal do Varadouro, o que encurta bastante o caminho. A vila de Ariri é um bom ponto de partida para explorar a região, já que está próxima da Ilha do Cardoso, Ilha do Superagui e baía dos Pinheiros ao sul.


A remada foi uma ida e volta entre Cananeia, onde deixamos o carro, e Guarequeçaba, na baía de Paranaguá. Mas um ponto muito interessante de entrada para explorar toda essa região da Ilha do Cardoso, Ilha do Superagui e baía dos Pinheiros, é a vila de Iriri, no canal do Varadouro.







A viagem foi realizada em dois caiaques oceânicos, pilotados por Linilson  e Renato. A distância percorrida entre Cananeia e Guarequeçaba somou no total 177 km. Essa distância foi percorrida numa mistura de remada e carona (tão improvável quanto inesperada...).


07/07/2005. A saída de Cananeia foi às 8:30hs.  A "perna" de ida até Guarequeçaba foi realizada remando até a boca do canal de Ararapira, que separa a Ilha do Cardoso do continente e daí até a baía de Paranaguá, de carona em uma traineira de pesca, conforme relatado em mais detalhe no diário de bordo. Quando estávamos entrando no canal de Ararapira uma traineira de pesca, "perdida" nos perguntou qual era a entrada do canal. Eles estavam querendo ir para Paranaguá, por dentro, já que o mar estava muito encrespado. Quando viram que estava com mapa e GPS, o capitão nos convidou para ir com eles. Aceitamos na hora, amarramos os caiaques para serem rebocados, e pulamos para bordo. Foi uma ótima oportunidade para conhecer um pouco a rotina de trabalho desses pescadores. Às 18:30hs deste mesmo dia eles nos deixaram próximo da comunidade de pescadores de Guapicum, na Ilha das Peças, a 12 km de Guarequeçaba, onde pernoitamos.


08/07/2005. Aguardamos a subida da maré até as 10:30 hs para poder passar os baixios e seguir para Guarequeçaba, onde chegamos às 12:30hs. Almoçamos no restaurante do Barbosa, conhecido tanto pela boa comida como por estar bem em frente ao porto. 


Às 13:30s iniciamos o caminho e volta. Utilizamos um furo que leva direto para a Baía dos Pinheiros, economizando uns 10 km de remada. Esse furo possui várias saídas falsas e becos sem saída, o que não representa necessariamente um problema. Como é utilizado usualmente pelos caiçaras, frequentemente há embarcações passando por ele. Em caso de dúvida sobre o caminho a seguir é só aguardar a passagem de alguém.
Dormimos na comunidade de caiçaras de Cebuí, na Baía dos Pinheiros, tendo percorrido 19 km desde Guarequeçaba.



10/7/2005. Partimos às 7:30 horas com destino a Cananéia. Remar pelo canal de Ararapira, atrás do ilha do Cardoso é uma maravilha. Nessa época não há mosquitos nem voadeiras de pescadores e tudo é muito tranquilo além de muito bonito. O canal é cercado pelas montanhas do continente e da Ilha. Existem vários riachos da Ilha que deságuam no canal. Navegação tranquila até a Baía do Trapandé. Esse trecho entre a entrada do canal até Cananeia é sempre difícil, pois sempre haverá um trecho com maré contra. Devido à proximidade da Barra de Cananeia a correnteza de maré vazante ou enchente é bem forte. Chegamos às 13:00hs em Cananeia, tendo remado 35 km desde Marujá e 85 km desde Guarequeçaba.


De uma maneira geral, uma viagem entre Cananeia e Guarequeçaba, ida e volta (170km), pode ser feita em 4 dias remando sem correrias, mesmo tendo as inevitáveis marés contra pelo caminho. Na época de inverno, as temperaturas são agradáveis mesmo durante a noite. Não há mosquitos e o trânsito de voadeiras de pescadores (que chegam a incomodar na temporada) é mínimo. Existe a possibilidade de se acampar em vilas e comunidades de caiçaras ao longo do caminho todo. Aliás, devido ao mangue, esses são praticamente os únicos lugares onde isso é possível. Mesmo lugares para uma "esticada de pernas" são raros. Andar pelo mangue na maré baixa é arriscar-se a atolar até os joelhos.





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