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Remada no R. Verde - MS

Remada pelo Rio Verde, afluente do R. Paraná, no MS, na altura de Panorama. Entrada no rio em Água Clara e saída em Brasilândia, num total de 145 km. A remada ocorreu no feriadão de 7 de Setembro de 2010 e levou 4 dias, entre a saída e a volta a Sampa. Remadores, Linilson e Paulo Kunts
Saí de Sampa de manhãzinha, com minha canoa de 17pés na capota, rumo a Sorocaba para pegar o Paulo. De Sorocaba partimos (lá pelas 13hs), logo após uma ótima macarronada, e chegamos em Água Clara, MS, às 22:00hs.
A viagem é tranqüila: Castelo Branco e Marechal Rondon até Três Lagoas, e os 120km até Água Clara é por uma boa e tranqüila estrada. O que mais incomoda é, no trecho paulista, a infestação de pedágios!
 Ficamos no hotel Beira Rio, realmente na beira do rio Verde, que possui uma rampa de acesso para barcos. 
Lá pelas 7:30hs do dia seguinte, após deixar a canoa e equipamentos no hotel, estávamos saindo para Brasilândia, via Três Lagoas, para deixar o carro em local próximo ao ponto final da remada. Ao lado da ponte há acesso fácil e simples ao rio. Logo após a ponte sobre o rio Verde, indo na direção de Brasilândia, há um boteco simpático, do Leandro, também simpático. Ele sugeriu que deixássemos o carro por lá, atrás do boteco/casa dele, e providenciou um táxi de Brasilândia para nos levar de volta a Água Clara. O seu Valdir, nos cobrou R$ 200,00, para nos levar por 190km até Água Clara. 
As conversas com taxistas, por esse Brasil afora, sempre reservam uma dose de surpresas e até de exotismo. Fica-se por dentro da história de toda a história da família, amigos, etc. 
Desta vez, entre outras coisas falamos, naturalmente, das eleições. De acordo com ele, todos os
os conhecidos iráo votar na verdinha (Marina...). Para ele a grande questão é encontrar quem é que vai votar na Dilma ! 
Na conversa, sugeriu que, numa próxima vez, combinássemos com ele por telefone para nos esperar em Água Clara, e assim ele levaria o carro até o boteco. Economizaríamos uma manhã na logística.

Chegamos em Água Clara às 13:00hs e às 13:20hs já estávamos na água.

O trecho inicial é bem interessante, pois o rio é um pouco batido. Mas logo passa, e tornasse um rio relativamente largo, calmo, mas bem veloz. A média da correnteza, ao longo de todo o trajeto, foi de 4.5 km/h.
O tempo esteve ótimo: céu limpo e calor agradável.
Acampamos às 17:30hs, tendo feito 30km (Wp2). A média de velocidade de remada foi entre 9,5 e 10 km/h, e remando bem tranqüilo.


Durante a noite tivemos a companhia da anta maluca... Desde o início da noite percebemos que havia um animal fungando e batendo o pé próximo do acampamento. Inicialmente pensei que fosse alguma vaca ou cavalo. Em umas duas ou três ocasiões, percebíamos que o bicho se aproximava e se afastava, sempre fungando e batento os cascos. Como estávamos acampados na embocadura de um riozinho, creio que era o caminho do bicho para chegar ao rio. Deixamos a canoa meio atravessada nesse riozinho. Lá pelas 22hs o bicho deu uma sossegada.

Até que lá pelas 5hs da manhã, deu a loca e desceu a rampa na maior carreira, fazendo um barulho enorme e se atirando na água. Isso tudo, foi a impressão sonora, pois estávamos na barraca e nem deu tempo de sair. Até agora não entendemos ainda como foi que ela passou pela canoa, que estava atravessada no caminho. Nem um sinal de pisada. Não sabíamos que anta pulava.  Fez frio durante a noite.


Também tivemos a visita, durante a noite, de outros bichos muito mais silenciosos e muito mais perniciosos ... saúvas ! Elas adoraram a tela mosquiteiro da barraca do Paulo e, de sobremesa, traçaram algumas partes do meu tênis.

Céu noturno estava maravilhoso e sem lua!!! A Via Láctea estava tão ...láctea que até dificultava ver as estrelas.

Dia seguinte, às 8hs estávamos remando, com parada para acampar às 17hs, wp4, tendo remado 65km no dia. Novamente remada tranqüila. Tão tranqüila que em vários momentos deitávamos na canoa e deixávamos apenas o rio fazer o trabalho. Fomos pegando o jeito da coisa e nos revezávamos no controle da canoa e no cochilo embalado pelo rio.


O rio, de maneira geral, tem pouca praia, sobretudo considerando que é setembro e final do período de seca. É a época de maior baixado dos rios da região. Encontramos umas duas no total, boas para acampar. Mas há vários ranchos de pescadores e entradas para pastos (bebedouros de gado) de maneira que local para acampar não chega a ser um problema. A questão de acampar em pastos é que os carrapatos (ainda mais nessa época) também costuma freqüentar esses lugares ...
Aliás, perdemos a melhor praia por uns 10m no primeiro acampamento. É a velha teoria que se confirma:  10m depois do ponto escolhido para acampar sempre tem um local muito melhor.
No WP3 passamos pelo Rio Pombo, que vem da BR ao norte.
Coisa curiosa, para um feriadão de 7 de setembro foi a quase ausência de pescadores. Esperávamos bem mais. 




Acampamos num barranco arenoso. Local agradável e alto. Calejados, procuramos pelas saúvas primeiro, mas não achamos nada.

É sempre um momento especial esse após um final de dia remando. Hora de relaxar, de não fazer nada a não ser uma pescada eventual, montar a barraca, jogar conversa fora, preparar um rango e, sobretudo, não pensar em mais nada, além disso.

3º dia de remada. Começamos a remar às 7:15hs. E chegamos no ponto final, na ponte, às 13:30hs. Ou seja, levamos, no fundo, dois dias para remar os 145km. Remando na boa, inclusive, em vários momentos, deixando-se levar, deitados na canoa.



Em termos de bichos, além das garças e biguás de sempre, tivemos a companhia de muitos tucanos, araras amarelas e até 2 jacarés.




Chegando, fui buscar o carro enquanto o Paulo descarregava a tralha da canoa. Foi o tempo de carregar e pegar a estrada. Paramos em Três Lagoas para almoçar e tocamos para Sorocaba. Chegamos às 22hs em Sorocaba. Dormi lá e na manhã seguinte estava em Sampa. 







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